“FC Porto precisa de centrais mais agressivos” | OneFootball

A temporada desportiva do FC Porto tem sido marcada por diversas alterações no onze titular, especialmente no setor defensivo. Após a saída do Desporto ao Minuto, João Manuel Pinto, ex-defesa do FC Porto, expressou a sua preocupação com a falta de consistência no setor defensivo, que não tem proporcionado a estabilidade necessária para a equipa.

Martín Anselmi, Pinto acredita que o argentino, que agora faz parte do FC Porto de forma definitiva, tem que evoluir para a próxima temporada.

“Não podemos esquecer que o início da temporada do FC Porto foi bastante complicado. A preparação da equipa, o seu planeamento, e a entrada tardia da nova direção para a temporada… foram aspectos que foram tratados de forma apressada e, muitas vezes, não da melhor maneira. Importa destacar que a nova direção conta com uma lenda do FC Porto, o Jorge Costa, que tem um vasto conhecimento do futebol português e de jogadores a nível mundial. Certamente que ele deve ter aprovado a contratação de Nehuén Pérez como um defesa que oferece maior segurança”, começou por afirmar João Manuel Pinto.

“Não posso afirmar que ele seja o melhor do mundo, mas Nehuén Pérez é, sem dúvida, um defesa de qualidade. Faz parte da seleção da Argentina e tem alguma experiência. Tem sido o jogador mais utilizado no FC Porto. Adicionalmente, a abordagem tática do Vítor Bruno consistia em utilizar dois centrais, ao passo que o novo treinador prefere três. Isso gera instabilidade e uma rotatividade que, muitas vezes, não contribui para a estabilidade da linha defensiva, um dos pilares de uma equipa de futebol. O Otávio começou bem, mas a sua confiança excessiva levou a uma perda de foco. A rotatividade é benéfica para dar confiança aos jogadores, mas impede a formação de uma linha defensiva titular, como tem o Benfica ou o Sporting”, continuou.

João Manuel Pinto sublinhou que a falta de consistência nos resultados não tem favorecido o crescimento do FC Porto como equipa.

“A ausência de resultados positivos gera desconfiança, instabilidade e, acima de tudo, falta de confiança. As dificuldades do FC Porto não são atribuíveis a Nehuén Pérez. Ele teve uma temporada desafiadora, mas muitos jogadores não têm correspondido às expectativas. Dentre os centrais, Nehuén foi o mais regular. No entanto, a defesa nunca foi regular e compacta, com jogadores que jogam em sintonia. Isso gera insegurança e, com a falta de resultados, a culpa recai muitas vezes sobre os jogadores mais caros”, enfatizou, acrescentando que se esperava mais do ex-jogador da Udinese.

Nehuén Pérez foi adquirido em definitivo à Udinese© Getty Images

“As expectativas são elevadas para todos os jogadores, especialmente para os que têm um custo mais elevado. Os adeptos esperavam mais, mas muitas mudanças ocorreram este ano no FC Porto. É compreensível que os jogadores não consigam revelar todo o seu potencial. A direção do clube tinha conhecimento de que este ano não havia condições para competir com o Sporting ou o Benfica. Embora o FC Porto tenha bons jogadores, não têm a qualidade dos seus rivais, que se destacam pela estabilidade e confiança. Esta poderá ter sido a temporada mais desafiadora do FC Porto, dada a quantidade de mudanças”, sublinhou.

Com a saída de No entanto, o FC Porto precisa de centrais mais competentes. É necessário que os jogadores imponham respeito aos adversários. Quando os adversários jogavam contra os centrais do FC Porto, os avançados temiam enfrentá-los. Sabiam que se tratava de jogadores agressivos, de qualidade e com experiência. Atualmente, a equipa do FC Porto tem jovens com qualidade, mas que não impõem respeito. Os adversários não têm receio. É por isso que a equipa precisa de mais jogadores como Nehuén Pérez, que é agressivo”, destacou.

“O FC Porto deve aprender com a experiência desta temporada e lutar por um título. A equipa começou bem, com uma vitória na Supertaça e resultados positivos, mas a partir daí a situação deteriorou-se. O treinador foi substituído, e vários jogadores não se encontravam em boa forma, variando entre a titularidade e a bancada. Não é uma situação fácil de gerir”, concluiu o ex-defesa, prevendo que Nehuén Pérez melhorará na próxima temporada.

“É um jogador que irá adaptar-se melhor à cultura do clube e do país. É provável que ele se destaque no próximo ano, uma vez que já compreende todos estes aspectos. E se o FC Porto almeja ser campeão, deve investir no seu plantel, especialmente na defesa. O FC Porto tem a capacidade de marcar, mas tem sofrido mais golos do que os que marca”, finalizou.