Trivela
·23 de agosto de 2021
Trivela
·23 de agosto de 2021
Alessandro Florenzi parecia um daqueles jogadores que se tornariam uma bandeira da Roma. Não tinha o talento de Francesco Totti ou Daniele de Rossi, mas compartilhava a identificação com os romanistas desde a base e se prontificava como herdeiro natural da braçadeira. Porém, se nem a despedida das lendas aconteceu da maneira como a torcida gostaria, Florenzi também se tornou um nome preterido no Estádio Olímpico. As lesões atrapalharam sua sequência e os empréstimos começaram a se suceder. Jogou por Valencia e Paris Saint-Germain, antes de vestir outra camisa dentro da própria Serie A. Neste final de semana, o lateral foi anunciado como reforço do Milan, em empréstimo que custou €1 milhão aos rossoneri. A opção de compra poderá ser feita por €4 milhões, ao final da temporada.
Nem mesmo a chegada de José Mourinho renovou os ânimos de Florenzi com a Roma. O lateral teve seus momentos de destaque pelo PSG na temporada passada, mas nada suficiente para ser contratado em definitivo. Assim, de volta à capital italiana e magoado com a diretoria romanista, preferiu ouvir propostas de fora e pediu ao novo treinador para que facilitasse sua saída. A ida para o Milan, afinal, parece revigorar suas possibilidades. Chega a um clube mais competitivo na Serie A e que, dependendo de seu desempenho, pode até levá-lo à próxima Copa do Mundo. Vale lembrar que Florenzi começou a Euro 2020 como titular e perdeu espaço por conta de uma lesão, mas ainda entrou nos minutos finais da decisão em Wembley.
Os concorrentes de Florenzi pela lateral direita do Milan são bem mais jovens, com Davide Calabria servindo de titular e Andrea Conti retornando de empréstimo ao Parma. A princípio, Florenzi chega para ser uma alternativa diante de lesões e oscilações entre os rossoneri, além de poder atuar no meio-campo. De qualquer maneira, é um jogador mais experiente para encarar os compromissos na Champions League e servir mesmo como uma liderança dentro do elenco. Aos 30 anos, diante de um grupo com baixa média de idade, talvez sua maior contribuição venha neste sentido.
Se o bonde da carreira de Florenzi parece ter passado, sem atingir o alto nível que um dia se esperou, ainda é um jogador que pode render bem e manter a regularidade se saudável. É nisso que o Milan pensa ao contratá-lo. E se aquela história de amor sonhada com a Roma nunca virará verdade, buscar novos ares dentro da própria Serie A pode ajudar nesta reconstrução da carreira. Não será mais o capitão dos giallorossi, mas pode se tornar uma referência nos vestiários em meio à ascensão dos rossoneri. É outra maneira de conseguir marcar seu nome.
“Sinto que minha saída da Roma não foi apenas uma decisão técnica, baseada no meu jogo, mas ainda não entendi totalmente o motivo. A decisão foi tomada há três anos e aceitei com pesar, porque todos sabem que sou torcedor da Roma. Agora estou aqui num clube que acredita em mim e isso é o mais importante. Essas experiências ficaram para trás e darei meu máximo pelo Milan. Tentarei ajudar o time com minha atitude, dentro e fora de campo, porque essa é a única forma de ganhar a confiança do treinador”, declarou Florenzi, em sua apresentação.
“Estou à disposição para jogar em qualquer posição, até no gol se precisar. O mais importante é ajudar o time a buscar seus objetivos. O escudo no peito é mais importante que o nome nas costas”, complementou. “Trago minha experiência e quero que todos percebam como é a atitude, dentro e fora de campo, que faz a diferença. Você tem que acreditar que uma sobremesa a menos pode ajudá-lo a ganhar um jogo. Se todos trabalharmos nessa direção, o Milan pode fazer uma grande temporada. Sinto muita energia positiva aqui”.
Por fim, Florenzi salientou como a presença de Paolo Maldini nas negociações influenciou sua escolha: “Quis vir, sobretudo, pelo desejo que o Milan demonstrou em me contratar. Eles me queriam mais do que qualquer outra equipe, incluindo do exterior, então eu preferi vir com muita vontade e determinação. Mal posso esperar para estar em campo. Vi quem Maldini realmente é. Ele é uma lenda do clube e tem uma aura similar à de Francesco Totti e Daniele de Rossi na Roma. Homens como eles são intocáveis, não apenas pelo que deram aos clubes, mas também ao futebol italiano como um todo”.
Nesta segunda, Florenzi já começou no banco diante da Sampdoria pela primeira rodada da Serie A. O lateral é a quarta novidade do Milan na janela de transferências. O clube também trouxe Olivier Giroud, Mike Maignan e Fodé Ballo-Touré. Vale lembrar ainda que os rossoneri ampliaram a permanência de alguns jogadores que já estavam no grupo, contratando em definitivo ou renovando seus empréstimos – em lista que inclui Fikayo Tomori, Sandro Tonali e Brahim Díaz.