Trivela
·11 de junho de 2021
Trivela
·11 de junho de 2021
Este texto faz parte do Guia da Euro 2020.
A Hungria começou a edição inaugural da Liga das Nações na Liga C, terceiro escalão da competição. Em um grupo com Finlândia, Grécia e Estônia, terminou na segunda colocação, atrás dos finlandeses, com três vitórias, um empate e duas derrotas em seis jogos. A campanha foi suficiente para garantir um espaço na Liga B em 2020/21.
Nas eliminatórias da Euro 2020, os húngaros tiveram um início bem ruim e a classificação parecia distante. Terminaram no quarto lugar do Grupo E, atrás de Croácia, País de Gales, Eslováquia e à frente apenas do Azerbaijão, somando quatro vitórias e quatro derrotas em oito jogos. A conquista da vaga, por fim, veio de maneira dramática. Depois de passar pela Bulgária na semifinal do caminho A da repescagem, a Hungria venceu de virada a Islândia por 2 a 1 na decisão, marcando seus gols aos 43 e aos 47 minutos do segundo tempo.
Bem-sucedida na Liga das Nações 2020/21, a Hungria surpreendeu e liderou sua chave na Liga B, à frente de Rússia, Sérvia e Turquia, garantindo um lugar na sonhada Liga A em 2022/23. Além disso, começou bem sua campanha nas eliminatórias da Copa de 2022, empatando em 3 a 3 com a Polônia e vencendo San Marino (3 a 0) e Andorra (4 a 1).
Sem grandes talentos na equipe, especialmente com a ausência de seu principal jogador, Dominik Szoboszlai, por lesão, a Hungria tem uma estratégia de jogo voltada para a defesa, atuando com um 3-5-2 que se transforma em 5-3-2 ou 5-2-3 na fase defensiva. Os alas Lovrencsics e Hangya têm boa aptidão ofensiva e sobem e descem constantemente pelos corredores laterais, e Ádám Szalai é a referência no ataque.
A seleção húngara busca sair jogando com a bola no chão, mas também aposta em ligações diretas para o ataque. Adepto da pressão na saída adversária, o time de Marco Rossi também se adapta rapidamente para fechar um bloco mais recuado, com cinco defensores. Especialmente no grupo da morte, com oponentes como Alemanha, França e Portugal, a tendência é vermos este jogo defensivo bem acentuado, buscando tirar proveito de erros dos adversários.
Revelado pelo MTK Budapeste, Péter Gulácsi foi rapidamente identificado pelo Liverpool, e os Reds contaram até com seu então goleiro Pepe Reina para convencer o húngaro a se juntar ao clube inglês. Apesar de passar cinco anos sob contrato com o Liverpool, o goleiro nunca defendeu a equipe em um jogo oficial, acumulando empréstimos no meio do caminho. Em 2013, se transferiu para o Red Bull Salzburg e, dois anos mais tarde, chegaria ao RB Leipzig. Na equipe alemã, Gulácsi se firmou como um dos melhores de sua posição na Bundesliga e, depois de ser reserva do emblemático Gábor Király na Euro 2016, finalmente chega a uma grande competição como titular. Não só isso como também como principal destaque individual, diante da ausência de Dominik Szoboszlai.
Sallai ganhou sua primeira convocação com a seleção húngara cedo, cinco anos atrás, quando tinha apenas 18 anos, mas só recentemente passou a causar impacto na equipe. Em seus três últimos jogos pela Hungria, marcou três gols, acrescentando uma faceta goleadora ao seu jogo de apoio. Ponta ou segundo atacante, é um bom complemento à referência Ádám Szalai no ataque húngaro. A nível de clube, Sallai vem de sua melhor temporada na Bundesliga, com o Freiburg, em que marcou oito gols e deu seis assistências.
Mais jovem entre os convocados por Marco Rossi para a Eurocopa, Szabolcs Schön é velho conhecido do treinador. Foi com ele que, com apenas 15 anos, Schön entrou pela primeira vez em campo como profissional, com a camisa do Honvéd. O talento do ponta esquerda chamou a atenção do Ajax, e por dois anos ele se desenvolveu na famosa academia do clube Amsterdã, ao lado de nomes como Matthijs de Ligt e Frenkie de Jong. De volta à Hungria para defender o MTK Budapeste, Schön cresceu no futebol nacional e acaba de ser contratado pelo FC Dallas, da MLS.
Capitão e jogador com mais partidas (73) pela seleção húngara no elenco atual, Ádám Szalai é também a referência ofensiva dos magiares em seu posicionamento de centroavante, apoiado por um segundo atacante – Roland Sallai, normalmente. Aos 33 anos, o jogador do Mainz, que estreou pela equipe nacional em 2009, é uma figura de liderança significativa no elenco, tendo marcado ainda mais sua importância à seleção com um emocionante discurso de preparação para o jogo que definiu a classificação à Eurocopa contra a Islândia: “Há uma pandemia, as pessoas perderam seus empregos, estão ganhando menos. Nós podemos mudar este ano”.
Depois de iniciar sua carreira como técnico em pequenos times da Itália no começo dos anos 2000, Marco Rossi chegou à Hungria em 2012 para treinar o Honvéd. Foram duas passagens pelo clube, entre 2012 e 2014 e entre 2015 e 2017. Em 2016/17, conquistou o Campeonato Húngaro com o clube e, com boa reputação no país, assumiu a seleção em junho de 2018, dando sequência a um histórico recente de apostas em técnicos estrangeiros, como o alemão Bernd Storck (2015-2017) e o belga Georges Leekens (2017-18). Bem avaliado no cargo, renovou há três meses o seu vínculo, que agora vai até dezembro de 2025.
Participações: três (1964, 1972 e 2016) Melhor campanha: 3º (1964)
Lá atrás, quando era relevante no futebol europeu, a Hungria chegou duas vezes às semifinais, mas passou longo período sem disputar a Eurocopa: de 1972 a 2016. Na França, fez um bom papel. Liderou o grupo que Tinha Portugal, Áustria e Islândia antes de perder para a Bélgica nas oitavas de final.