PL Brasil
·05 de maio de 2020
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·05 de maio de 2020
Recém-eliminado da Champions League para o Bayer Leverkusen em março de 2002, por conta do gol fora, o Manchester United não teve muito tempo para se recuperar. Logo depois, no final de semana seguinte, recebeu o líder da Premier League, Arsenal, com a esperança de ainda alcançá-los no sonho do quarto título inglês em sequência.
Os Gunners entraram com uma mão na taça. Uma vez que eram líderes isolados com 19 partidas de invencibilidade, sendo 11 vitórias consecutivas. Bastava apenas a vitória para levantar a segunda Premier League de sua história.
Com o cenário montado, era de se imaginar que os mandantes iriam se arriscar mais em busca da vitória. Por isso, logo nos dez primeiros minutos, os Diabos Vermelhos beiraram os 80% de bola. A intensidade no meio-campo formado por Roy Keane, Paul Scholes e Sebastian Verón ajudava na pressão constante ao adversário.
Mas a intensidade parou na qualidade, e também no físico, de Patrick Vieira, que, não só comandou os Gunners, mas todo o jogo. Logo que sua qualidade trazia a calma que o Arsenal precisava para rebater o nervosismo do time da casa.
Era notório que, desde os primeiros minutos, o United estava abalado psicologicamente. Não só pela eliminação recente, bem como pela pressão de impedir o rival de conquistar a taça dentro de Old Trafford. Faltas e brigas passaram a ser a marca registrada da partida.
Só no primeiro tempo, foram dois cartões amarelos – Paul Scholes e Roy Keane, para o time da casa. Isto é, faltas que, hoje em dia, certamente seriam motivos de cartão vermelho.
Passou a ser questão de tempo para o United ser punido, e foi logo no início do segundo tempo que aconteceu. De tal sorte que o lateral Silvestre desperdiçou a bola, Vieira encontrou Freddie Ljungberg, que chutou. No rebote, Sylvain Wiltord abriu o placar. Agora, a questão de tempo era outra: esperar o apito final para confirmar o caneco.
Sem forças, o United, por sua vez, não viu soluções para sair do buraco. Após o gol, Sir Alex Ferguson deu sua última cartada ao colocar Ruud Van Nistelrooy em campo. Apesar da confiança imposta no holandês, o resultado não foi o esperado. A bola mal chegou aos seus pés.
Foi o primeiro título do Arsenal desde a temporada de 1997/1998, sua segunda Premier League. A campanha do título, formidável. 87 pontos em 38 jogos, sendo 26 vitórias, nove empates e apenas três derrotas. Pelo contrário, o United ainda terminou em terceiro colocado, com 77 pontos, atrás do Liverpool (80).
Há uma temporada, o mesmo Arsenal havia sido derrotado, em Old Trafford, por 6 a 1. Quase um ano depois, os Gunners deram a volta por cima. Não só venceram os três duelos da temporada – 4 a 0 pela Copa da Liga, 3 a 1 no primeiro turno e 1 a 0 no returno – mas também fizeram a festa do título no campo do rival.
Manchester United: Barthez; Phil Neville, Blanc, Brown e Silvestre; Scholes, Keane, Veron (van Nistelrooy), e Giggs; Solskjaer e Forlan (Fortune). Técnico: Sir Alex Ferguson.
Arsenal: Seaman; Lauren, Keown, Campbell e Cole; Ljungberg, Parlour, Vieira e Edu; Wiltord e Kanu (Dixon). Técnico: Arsène Wenger.