Mundial à vista e centro de alto rendimento no pensamento de André Villas-Boas | OneFootball

A participação do FC Porto no Mundial de clubes, no contexto da preparação da próxima temporada, juntamente com a construção do prometido centro de alto rendimento, marcam a agenda do presidente André Villas-Boas após o seu primeiro ano de mandato.

Quase um mês após o término da I Liga, onde o Porto tenta evitar a primeira falta no pódio desde a época de 1975/76, a equipa desloca-se aos Estados Unidos, onde, de 14 de junho a 13 de julho, competirá no novo formato do torneio, do qual se qualifica como um dos clubes com melhor classificação no ranking da UEFA nos últimos quatro anos.

O Al Ahly, bicampeão africano, a equipa americana do Inter Miami, com o argentino Lionel Messi, o recordista de Bolas de Ouro (oito), e o Palmeiras, treinado pelo português Abel Ferreira, são os adversários do FC Porto no Grupo A, num momento em que o treinador argentino Martín Anselmi tem enfrentado críticas após três meses de trabalho.

Acompanhando o Benfica como um dos clubes portugueses, os ‘dragões’ pretendem aproveitar a visibilidade do Mundial para reforçar o seu prestígio internacional e elevar a qualidade do seu jogo no primeiro teste para a próxima época, onde também competirão na Liga Europa, seja de forma direta ou através de pré-eliminatórias, após quatro décadas sem falhar consecutivamente a Liga dos Campeões e a antiga Taça dos Campeões Europeus.

“Não é impossível que haja uma equipa reforçada para o Mundial de clubes”, afirmou o presidente portista em entrevista aos jornais O Jogo e Jornal de Notícias, em março, recordando a abertura de uma janela de transferências adicional antes do torneio, de 01 a 10 de junho.

A renovação dos contratos do guarda-redes e capitão Diogo Costa e do jovem avançado Rodrigo Mora, ambos da formação ‘azul e branca’ e com contratos até 2027, está entre as prioridades de André Villas-Boas, que vê a equipa B na 15.ª posição da II Liga, a última de manutenção direta, com a situação ainda por resolver a duas jornadas do final.

O futebol feminino sénior, uma das inovações mais significativas da nova direção do FC Porto, ascendeu à II Divisão nacional com um percurso sem derrotas, com o objetivo de alcançar a elite em três anos, após atrair 31.093 espectadores, um recorde nacional na apresentação no Estádio do Dragão.

Nas modalidades de pavilhão, o basquetebol e o hóquei em patins iniciarão os play-offs, enquanto o andebol tem um objetivo distante e o voleibol feminino falhou a qualificação, após quatro campeonatos consecutivos, três dos quais em parceria com a Academia José Moreira (AJM).

Desde a tomada de posse de André Villas-Boas, que celebra na quarta-feira um ano de mandato, o FC Porto conquistou uma Supertaça de futebol masculino, uma Taça de Portugal, uma Supertaça no basquetebol, um campeonato de hóquei e uma Supertaça Ibérica de voleibol feminino, reforçando a sua diversidade com a formação de equipas jovens de futsal.

O crescimento das modalidades, em especial as femininas, é uma das prioridades da direção, que pretende complementar o Dragão Arena com um novo pavilhão no Porto, com o apoio da autarquia, e avançar com o prometido centro de alto rendimento em terrenos nas proximidades do Olival, em Vila Nova de Gaia, onde o futebol profissional se desenvolve desde 2002.

Sem recursos para concretizar a academia prevista na Maia pelo seu antecessor Pinto da Costa, André Villas-Boas está em diálogo com a Câmara Municipal de Gaia, que já aprovou o Pedido de Informação Prévia (PIP) do FC Porto para 2024.

Com a nova legislação que mantém a reclassificação dos terrenos nas mãos das autarquias, o clube está em posição de avançar para a aquisição de 31 hectares de terreno, com um contrato de promessa de compra e venda no valor de 3,85 milhões de euros (ME), antes de iniciar o processo de licenciamento, sem a necessidade de investimento externo.

A emissão de obrigações no mercado dos Estados Unidos e a renegociação do contrato com a empresa espanhola Ithaka para a exploração comercial do Dragão financiarão a nova infraestrutura, que terá um custo entre 30 e 35 ME e deverá ser concluída em dois anos.

O centro de alto rendimento proporcionará melhores condições para as equipas profissionais e é uma das propostas chave de Villas-Boas, que já implementou a disponibilização dos portais do sócio e da transparência, onde são divulgadas informações importantes sobre os assuntos institucionais, organizacionais, económico-financeiros e contratuais do FC Porto.

O aumento de 19.000 associados, que representa um crescimento de 14,5%, permitiu ao clube ultrapassar os 150.000 filiados e aproximar-se de Benfica e Sporting, com os quais o novo presidente portista tentou estabelecer diálogo, uma intenção que esfriou devido à falta de reações institucionais dos rivais de Lisboa após o falecimento de Pinto da Costa, em 15 de fevereiro, aos 87 anos.

Essa divisão acentuou-se a quase um ano do final do prazo para a entrega da proposta de centralização dos direitos de transmissão dos jogos da I e II Ligas e também se refletiu nas eleições para a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), onde o FC Porto votou em José Gomes Mendes, que foi derrotado por Reinaldo Teixeira, apoiado por Benfica e Sporting.