oGol.com.br
·23 de maio de 2025
Napoli muda os protagonistas, mas mantém a base para voltar ao topo do Calcio

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·23 de maio de 2025
Assim como no final da década de 1980, o Napoli saiu da fila de títulos do Calcio e enfileirou duas conquistas em um curto período. Desta vez, nos tempos modernos, os Azzurri mudaram os protagonistas e precisaram de apenas dois anos para reconquistar o futebol italiano.
Nesta sexta-feira (23), o Napoli cumpriu com o seu dever de casa, não deixou o título escapar e venceu o Cagliari por 2 a 0 no Estádio Diego Armando Maradona. O placar sustentou a manutenção da vantagem sob a vice-campeã Internazionale e garantiu a festa nas ruas de Nápoles.
Diferente da temporada 2022/23, o título veio de forma apertada e foi confirmado apenas no apito final da última rodada. Há dois anos atrás, o Napoli sobrou no Campeonato Italiano e sob o comando de Victor Osimhen e Kvaratskhelia comemorou o Scudetto com cinco rodadas de antecedência.
Desta vez, no entanto, a festa aconteceu apenas na última volta do campeonato e quase escapou entre os dedos. Antes da rodada final, o Napoli tropeçou contra o Parma e colocou o título em cheque, dando à Internazionale a chance de assumir a liderança. Porém, os Nerazzurri também não aproveitaram a sua oportunidade e sofreram um empate da Lazio no apagar das luzes.
O "duplo tropeço" manteve os dois times nas mesmas situações para a noite decisiva desta sexta-feira. Apesar do nervosismo e a pressão com a vitória parcial da Inter no jogo paralelo, o Napoli contou com um herói improvável e o garçom da temporada para comandar a vitória do título.
A outra grande diferença em relação aos dois títulos conquistados em um curto período na década de 80 foi a mudança de protagonistas. Naquela época, o Napoli manteve a sua principal estrela, Diego Armando Maradona, como principal nome e grande artilheiro das duas conquistas em 1986/87 e 1989/90.
Para os tempos atuais, os Azzurri sofreram uma verdadeira reformulação entre os dois elencos vencedores do Calcio, a começar pelos protagonistas. Osimhen e Kvararskhelia forçaram as suas saídas nas últimas janelas e deixaram o futebol italiano para atuar por Galatasaray e PSG, respectivamente.
No comando técnico, Luciano Spalletti também deixou o cargo após o título para comandar a seleção italiano.
Apesar de perder as suas estrelas, o Napoli conseguiu manter a base do título campeão e apostou na manutenção dos "operários". Na defesa, o goleiro Meret, os laterais Rrahmani, Mathías Olivera, Di Lorenzo e o zagueiro Juan Jesus seguiram no barco. No meio-campo, os pilares Anguissa e Lobotka deram continuidade ao trabalho. Enquanto no ataque, Politano, Giovanni Simeone e Raspadori passaram a ter status mais protagonistas.
Para ocupar o lugar de estrela da companhia, o time de Nápoles apostou caro em Romelu Lukaku e viu os investimentos serem recompensados. Artilheiro da equipe na temporada com 14 gols, o belga mostrou a sua veia de assistente e terminou o Campeonato Italiano como o garçom da competição com dez assistências.
Além do centroavante comprado junto ao Chelsea, o Napoli buscou uma dupla escocesa na Premier League, que contemplou qualidade ao meio-campo. McTominay, vindo do Manchester United, e Gilmour, contratado do Brighton, encaixaram no sistema de Conte e foram peças fundamentais na conquista.
A defesa também ganhou reforços domésticos com as chegadas do experiente Spinazzola e do jovem Buongiorno.
Junto com as contratações precisas para o elenco, o Napoli também, enfim, acertou em um treinador com histórico único no Calcio. Depois de rodar com três treinadores na temporada pós-Spalletti, o time de Nápoles encontrou um casamento perfeito com Antonio Conte.
Com o título conquistado, o técnico italiano colocou o seu nome na história do Napoli e Calcio. Conte se tornou o primeiro treinador a conquistar o Campeonato Italiano por três clubes diferentes: Juventus em 2012, 2013 e 2014, Internazionale em 2021 e Napoli em 2025.