Trivela
·28 de janeiro de 2021
Trivela
·28 de janeiro de 2021
O Alcoyano se permitiu sonhar de novo. Depois de eliminar o Real Madrid na fase anterior da Copa do Rei, de virada e com um jogador a menos na prorrogação, o clube valenciano quase deixou outra camisa pesada pelo caminho. Os representantes da terceira divisão abriram o placar no Estádio El Collao e ficaram na dianteira durante a virada dos dois tempos. No entanto, o Athletic Bilbao estava avisado e não cometeria os mesmos erros que o Real Madrid. Marcelino García Toral havia poupado alguns titulares e, no segundo tempo, contou com seus astros para conquistar a classificação. Os bascos venceram por 2 a 1 e avançaram às quartas de final, o que não diminui o orgulho do Alcoyano por uma campanha notável.
O melhor desempenho do Alcoyano na história da Copa do Rei aconteceu exatamente deixando o Athletic pelo caminho nas oitavas de final. Os bascos dominavam a competição na década de 1940, mas o valente desafiante foi capaz de eliminá-los em 1946. Não foi a lendária linha de frente com Telmo Zarra, Agustín Gaínza, Rafa Iriondo e outras lendas que intimidou o Alcoyano. Desta vez, apesar de alguns jogadores renomados, os Leones não representam a mesma força do passado. E até por isso o Alcoyano, motivado pelo feito diante do Real Madrid, poderia acreditar numa surpresa.
Logo no primeiro minuto, o Alcoyano já acertou uma bola na trave com Ángel López. O Athletic Bilbao tomaria o controle do jogo na sequência, com um ritmo forte, mas não necessariamente precisão nas conclusões. Os bascos se concentravam no campo de ataque, mas encontravam dificuldades para abrir a defesa adversária. Diante da falta de alternativas, os Leones foram perdendo o fôlego e permitiram que os valencianos crescessem no duelo a partir dos 30 minutos. Assim, o time da casa criou boas chances e abriu o placar.
O gol do Alcoyano saiu aos 39 minutos, numa cobrança de falta frontal. Pablo Carbonell bateu direto para o gol e contou com um desvio na barreira. O chute não foi bem colocado e nem forte, mas conseguiu enganar o goleiro Jokin Ezkieta, que ganhava uma chance no lugar de Unai Simón. O arqueiro reserva ainda tocou na bola, mas não fez a defesa. O Athletic tentou uma resposta antes do intervalo, mas precisava de uma reviravolta, assim como ocorrera diante do Ibiza na fase anterior.
Marcelino colocou Iker Muniain e Raúl García logo na volta do intervalo. O Athletic ganhou qualidade e empatou aos seis minutos. Íñigo Lekue cruzou e Asier Villalibre definiu de cabeça. Os bascos pressionavam cada vez mais, criando oportunidades, e tiveram novos recursos a partir dos 21, quando Dani García e Iñaki Williams saíram do banco. O bombardeio se tornava incessante e o goleiro José Juan começava a aparecer.
Aos 33, veio o gol da vitória para o Athletic Bilbao. Muniain cobrou uma de suas perigosas faltas em direção à área, José Juan saiu mal e Iñaki Williams conferiu às redes. Herói contra o Real Madrid às vésperas de completar 42 anos, José Juan se redimiu com uma defesa monstruosa na sequência, parando uma cabeçada à queima roupa do próprio Williams. Ainda se viu um pouco de valentia do Alcoyano no fim, mas os Leones seguiram com mais gás e mantiveram a superioridade, celebrando a classificação.
O Athletic Bilbao terá a final da Copa do Rei de 2020 para disputar no início de abril. Agora, almeja outra grande campanha na corrente temporada. O time vem embalado o suficiente para merecer credenciais e, nestas quartas de final, parece um dos principais candidatos à taça ao lado de Barcelona e Sevilla. Já o Alcoyano se despede de cabeça em pé, com noites de sonho à sua pequena torcida. Vai tentar na sequência da temporada o acesso na terceira divisão. E provou sua qualidade para ao menos lutar com gigantes.
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