Trivela
·01 de fevereiro de 2021
Trivela
·01 de fevereiro de 2021
O Valencia colhe, em campo, muito do que plantou fora dele. A diretoria realizou uma sabotagem no próprio time, após a conquista da Copa do Rei. Demitiu Marcelino García Toral, viu o desempenho despencar e depois se desfez de destaques sob a justificativa de enxugar as contas. Neste momento, os Ches precisam ficar de olhos abertos para não correr riscos de rebaixamento em La Liga. E, nos negócios emergenciais para a metade final da temporada, um deles chama atenção: os valencianos contrataram por empréstimo Patrick Cutrone. O centroavante atuará pelo terceiro clube nesta temporada, em brecha permitida pela pandemia.
Até março, nenhum jogador poderia entrar em campo por mais de dois clubes na mesma temporada. A medida da Fifa visava conter uma troca desenfreada de equipes, com um terceiro time permitido apenas para calendários que adotassem períodos diferentes de organização – por exemplo, se um atleta saísse de uma liga com “calendário europeu” para outra com calendário anual. Porém, a situação gerada pela pandemia abriu uma exceção no regulamento internacional. Ainda que não seja a regra mais explorada pelos clubes, os jogadores ganharam permissão para entrar em campo por três agremiações distintas na mesma temporada.
Cutrone começou a temporada na Fiorentina. Emprestado à Viola desde janeiro de 2020, foi titular em seu primeiro semestre no clube, mas perdeu espaço na atual campanha. Com a lesão de Raúl Jiménez, o Wolverhampton chamou o italiano de volta ao Estádio Molineux e o utilizou em quatro partidas ao longo de janeiro. Porém, os Lobos deram prioridade à contratação de Willian José. Assim, preferiram abrir mão de Cutrone para o restante da temporada. O centroavante, então, acertou seu novo empréstimo rumo ao Valencia.
Aos 23 anos, Cutrone passa longe da badalação que viveu no começo da carreira. O atacante surgiu muito bem no Milan, mas não manteve os números da temporada de estreia. Ainda assim, os rossoneri foram bastante criticados ao negociarem o garoto com o Wolverhampton. Com o passar dos tempos, os milanistas provaram que estavam certos. O italiano anotou apenas oito gols nas últimas duas temporadas, sem causar impacto no Wolverhampton e sem se recuperar na Fiorentina. Chega de novo como uma aposta ao Valencia. Precisa se reerguer.
Cutrone apresentou algumas virtudes em seus melhores momentos pelo Milan, como um atacante de boa leitura de jogo e oportunismo. No Valencia, deverá ser uma opção secundária. Maxi Gómez é a principal referência do setor, enquanto Kévin Gameiro está lesionado e Manu Vallejo não transmite tanta confiança. O italiano aumentará o leque de opções a Javi Gracia, mesmo não atravessando o momento mais confiável. Apesar da situação delicada, quatro pontos acima da zona de rebaixamento em La Liga, os valencianos ao menos contam com o melhor ataque da metade inferior da tabela – com 27 tentos anotados até o momento.
Além de Cutrone, outro reforço do Valencia neste fechamento da janela é o zagueiro Ferro. O português foi titular do Benfica na temporada passada, mas perdeu espaço com Jorge Jesus, diante dos reforços ao setor. Com 23 anos, também vem para retomar seu espaço no Mestalla. Outro que ainda deve chegar é o volante Christian Oliva, encostado no Cagliari. A fase recente dos Ches não inspira créditos e só um milagre os colocaria na zona de classificação às copas europeias. Todavia, num elenco ainda com bons talentos à disposição, o clube parece uma boa opção para jogadores como Ferro, Oliva e Cutrone se recolocarem.
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