AVANTE MEU TRICOLOR
·10 de março de 2025
OS PARÇAS: São Paulo felicita centenário do time de magnata grego e escancara acordo encaminhado por parceria

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·10 de março de 2025
Marinakis durante partida do Olympiacos (Laurence Griffiths/Getty Images)
RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo
A diretoria do São Paulo deu uma demonstração pública de que o negócio com o magnata Evangelius Marinakis talvez realmente esteja mais próximo de ser fechado do que parece.
Na manhã desta segunda-feira (10), o clube do Morumbi utilizou suas redes sociais para fazer uma homenagem ao centenário do Olympiacos, time do coração do bilionário grego e do qual ele é dono.
O texto foi postado em três idiomas (português, grego e inglês).
"Ao gigante Olympiacos, é com grande respeito que parabenizamos o maior campeão grego pela linda trajetória construída nestes 100 anos de história e conquistas. Que as próximas temporadas sejam ainda mais gloriosas", diz.
Mesmo sem ao menos estimar um prazo para votação no Conselho Deliberativo, a diretoria do São Paulo já iniciou a troca de minutas com o magnata grego Evangelius Marinakis para acertar a oficialização da parceria para receber investimentos em Cotia em troca da cessão de parte dos direitos federativos das promessas da base tricolor.
A ideia não é totalmente bem aceita por parte do grego, mas, vá lá, foi parcialmente aceita. No momento, conforme a reportagem apurou, São Paulo e Marinakis discutem qual a porcentagem do montante será definida em contrato para repasse ao profissional.
É mais uma artimanha da diretoria tricolor para compensar o teto de gastos imposto neste ano por conta da implantação do fundo de investimentos, que limitou os investimentos do São Paulo para reforços na equipe profissional.
Na avaliação do clube, investimentos vindo de fora não entram na conta dos gastos do clube estipulados pelo FIDC. Um alento, visto que todas as três contratações do Tricolor para a temporada (Cédric Soares, Wendell e Oscar) chegaram sem custos com compra de direitos federativos. O camisa 8, aliás, tem parte dos seus salários pagos pela casa de apostas que é patrocinadora máster.
A parcerias entre São Paulo e Marinakis praticamente foi selada após o grego avisar que seu conglomerado desistiu oficialmente da compra do SAF do Vasco, até então maior concorrência para que ele abrisse mão da parceria pelas categorias de base tricolores. O acordo agora está com caminho aberto para ser concretizado.
Conforme o AVANTE MEU TRICOLOR revelou em dezembro, Marinakis enfrentava a resistência do filho para sacramentar de vez o negócio com o clube do Morumbi. O herdeiro sonhava com a aquisição do Vasco, com ele sendo o CEO e tomando as principais decisões, além de estabelecer moradia no Rio de Janeiro (RJ).
Acontece que o bilionário foi convencido por seu novo funcionário, o ex-volante e ex-coordenador da Seleção Brasileira, Edu Gaspar, de que focar os investimentos no Brasil apenas nas categorias de base são-paulinas seria melhor negócio.
Além de se livrar de eventuais problemas jurídicos no time carioca, provenientes da rescisão conturbada com a 777, primeira dona da SAF vascaína, a opção São Paulo se torna mais barata. As negociações para a aquisição do clube de São Januário beiravam R$ 1 bilhão. Enquanto que a parceria com o Tricolor pela base resultará em um gasto pouco maior que R$ 600 milhões.
No São Paulo, o grego atuaria principalmente como investidor. Ou seja, o controle total das coisas em Cotia ficaria com o São Paulo. Diferente de uma possível SAF do Vasco.
Marinakis chegou a estudar a possibilidade de fazer as duas coisas (assumir o Vasco e selar a parceria com o São Paulo), mas foi alertado pelo próprio Gaspar de que poderia ser algo não bem visto pelas autoridades nacionais.
Apesar das pressões do filho, Marinakis já parecia decidido a encaminhar a parceria com o São Paulo desde a virada do ano. O AMT revelou, inclusive, que o grego pediu a seus advogados para acelerar as minutas do acordo após o título são-paulino da Copinha.
Ainda de acordo com o que já foi revelado pela nossa reportagem, quem 'enrola' no andamento para selar a parceria é o próprio São Paulo.
Primeiro, porque o clube tem proposta também da Galápagos. A companhia de investimentos, parceira tricolor no fundo de investimentos, vem realizando uma série de contra-ofertas ao presidente Julio Casares.
Depois, e mais importante, é a resistência interna. Mesmo aliados de Casares estão desconfiados da 'privatização' da base. Enxergam um princípio de SAF no clube e dificultam o andamento das coisas no Conselho Deliberativo.
As tratativas de Marinakis com o São Paulo estão em estado avançado. A parceria entre o Tricolor e o bilionário deverá ter dez anos de duração. E certamente o item mais polêmico é a preferência que o clube do Morumbi dá a Marinakis para que ele compre a SAF tricolor caso essa seja colocada à venda.
Marinakis ficaria com 35% de futuras vendas de jogadores de Cotia e, em contrapartida, investiria os US$ 100 milhões na base do Tricolor.
Não se trata de uma venda ou passagem de controle de Cotia para Marinakis, mas sim uma discussão para aumentar o poder de investimento da base, com promoção de intercâmbio de jogadores e profissionais das camadas jovens são-paulinas.
Evangelos Marinakis é um empresário e investidor de 57 anos nascido em Pireu, na Grécia, e principal acionista de diversas empresas que operam nos setores de transporte marítimo, mídia e futebol.
A família de Marinakis é dona da Capital Maritime Group, empresa marítima que possui frota de dezenas de navios e tem patrimônio avaliado em R$ 22 bilhões.
Foi em 2010 que começou a se aventurar no maior esporte do mundo. Primeiro comprou o Olympiacos, um dos gigantes de seu país, conquistando grandes resultados, como o título da Liga Grega por sete temporadas sucessivas, quatro taças da Copa Nacional e a Conference League da última temporada.
Em 2017, entrou no gigante Campeonato Inglês ao se tornar sócio-majoritário do Nottingham Forest, que retornou à Premier League em 2022. Enfim, em 2023, Marinakis comprou também o Rio Ave, de Portugal.
A ideia de fechar parceria com o São Paulo é de Edu Gaspar, que elaborou projeto semelhante para o Arsenal, que recusou a ideia.
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