Gazeta Esportiva.com
·24 de fevereiro de 2023
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·24 de fevereiro de 2023
A capitã da seleção francesa de futebol feminino, Wendie Renard, anunciou nesta sexta-feira que deu “um passo atrás” e não participará da Copa do Mundo da categoria, realizada de 20 de julho a 20 de agosto, nas atuais condições, uma decisão que foi acompanhada pelas atacantes Kadidiatou Diani e Marie-Antoinette Katoto.
“Amo a França mais do que tudo (…) mas não posso apoiar mais o sistema atual, tão distante das exigências requeridas pelo mais alto nível”, publicou em suas redes sociais Renard, zagueira do Lyon, que acumula 142 jogos com as Bleues.
“É um dia triste, mas necessário para preservar minha saúde mental”, acrescentou a jogadora de 32 anos.
O anúncio caiu como uma bomba no futebol feminino francês, a apenas cinco meses da Copa do Mundo na Austrália e na Nova Zelândia, na qual a França está no grupo do Brasil ao lado de Panamá e Jamaica.
Renard não especificou as razões de sua saída, mas abre um novo capítulo em sua complicada relação com a treinadora Corinne Diacre, que lhe tirou a braçadeira de capitã em sua chegada em 2017 e depois a devolveu em setembro de 2021.
Pouco depois, Katoto e Diani fizeram um anúncio similar. Ambas pediram “mudanças necessárias” na direção da seleção, em comunicados publicados nas redes sociais.
“Após um comunicado da nossa capitã e em vista dos recentes resultados e o trabalho da direção da seleção da França, anuncio que suspendo minhas obrigações internacionais para me concentrar em minha carreira de clubes. Sou a fã número 1 da seleção da França, se as profundas mudanças necessárias acontecerem, voltarei a servir a camisa tricolor”, escreveu Diani, atual artilheira do Campeonato Francês.
Sua companheira Katoto, atualmente lesionada e principal goleadora da primeira divisão francesa nas últimas três temporadas, disse que “não está de acordo” com a comissão técnica da seleção e com os “valores transmitidos”.
“Defendi a camisa azul branca vermelha 142 vezes com paixão, respeito, comprometimento e profissionalismo. Amo a França mais que tudo, não sou perfeita, longe disso, mas não posso apoiar mais o sistema atual, tão distante das exigências requeridas pelo mais alto nível.
É um dia triste, mas necessário para preservar minha sanidade.
É com o coração pesado que venho por meio desta mensagem informar minha decisão de dar um passo atrás com a seleção francesa. Infelizmente, não vou participar da Copa do Mundo nessas condições.
Meu rosto pode esconder a dor, mas meu coração dói… e não quero mais doer.
Obrigado pelo apoio e respeito pela minha decisão”.