RETROSPECTIVA 2024 - Supercopa do Brasil: feito histórico ou cortina de fumaça para ano decepcionante? | OneFootball

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·25 de dezembro de 2024

RETROSPECTIVA 2024 - Supercopa do Brasil: feito histórico ou cortina de fumaça para ano decepcionante?

Imagem do artigo:RETROSPECTIVA 2024 - Supercopa do Brasil: feito histórico ou cortina de fumaça para ano decepcionante?

Festa no Mineirão: freguês verde voltou a cair para o Tricolor (Alexandre Battibugli/Agência Paulistão)

RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo


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Tudo bem, eu entendo. Antes que você se pegue xingando esse escriba ou respondendo uma das perguntas colocadas no título deste texto, é importante colocar os pingos nos is.

Não há são-paulino vivo que não se recorde ou recordará do dia 4 de fevereiro de 2024.

Título (o que de fato não deixa de ser) que meramente cumpre o objetivo de ser um 'agrado' no início da temporada, a Supercopa do Brasil teve sim um gosto mais do que especial para o Tricolor. Por manter o status de ser o único clube brasileiro campeão de tudo o que disputou (pelo menos nas competições vigentes atualmente). Por ser em cima do rival Palmeiras. Esse adversário tão laureado ultimamente, mas que, sejamos francos, não passa de um freguês de carteirinha...

Mas então, seria fácil decretar: é uma conquista histórica. Mas sejamos francos, a Supercopa mais trouxe questionamentos ao torcedor no restante da temporada do que qualquer outra coisa...

Antes dos argumentos, que você tem todo o direito de considerá-los fracos, importante relembrar o quanto o jogo 'abre-alas' da temporada foi um marco da zona generalizada que caracteriza a CBF.

O São Paulo conquistou a Copa do Brasil em setembro. O Palmeiras levou o Brasileirão em dezembro. E o clássico que ganhou conotação épica passou cerca de um mês sem que houvesse sequer definição quanto à sua realização.

Primeiro porque a entidade máxima do futebol atravessou uma crise institucional com a deposição judicial do presidente Edinaldo Rodrigues. De volta ao cargo pelos tribunais, a sucessão de trapalhadas aconteceu. Adia, não adia? A TV mostra? E, o mais importante, onde diabos aconteceria o jogo. Uberlândia, Brasília, Maracanã, Belém, Alagoas... Sugestões se enfileiravam com o agravante de que a CBF bateu o pé para que a partida acontecesse com as duas torcidas. Algo que, como sabemos, é proibido no Estado de São Paulo, o que de imediato descartou a terra bandeirante como alternativa, apesar da pressão da Federação Paulista de Futebol.

E após muito disse que não disse e muita reunião de autoridades, Belo Horizonte (MG) se apresentou como o palco. Em cima da hora. Do jeitinho característico da CBF...

Se por um lado as polícias paulista e mineira conseguiram conter as organizadas, por outro, faltou maior cuidado com os torcedores comuns, que se enfrentaram nos bares da capital alterosa. Sobrando até pedras nos ônibus dos times.

Enfim, vamos ao jogo. Superada as dificuldades extracampo, a bola rolou. Não sem antes uma polêmica pelo lado tricolor. James Rodrigues, ao saber que não seria relacionado pelo técnico Thiago Carpini, se recusou a viajar com o grupo para o Mineirão. Azedando de vez sua imagem junto à diretoria, o elenco e, o mais importante, a torcida.

Dentro de campo, um empolgado São Paulo que ostentava quatro jogos invictos na temporada até então, quebrara o tabu de vitórias na arena do outro rival, o Corinthians, fez um jogo extremamente tático contra o time verde, apontado como favorito. Mas a falta de afinco do adversário surpreendeu. E o duelo acabou arrastado, perdurando o empate sem gols e levando a decisão do título para os pênaltis.

Na hora do pra valer, brilhou a estrela de Rafael, que defendeu duas cobranças e foi o herói da vitória por 4 a 2.

A festa foi memorável. Nos bastidores, o até então recatado Alan Franco se revelou. Carpini vivia o seu melhor momento no comando. A torcida esperou os jogadores de madrugada na porta do CT da Barra Funda.

Tudo válido, como ressaltamos...

Mas é importante salientar que fora a força da conquista ter sido em cima de um rival, o quanto aquele domingo permanecerá vivo?

Como o título sugere, qual o papel da Supercopa na história são-paulina. Em questão de meses, parte do que foi construído ali desmoronou. Carpini não sobreviveu à eliminação do Paulistão. O time ficou mais conhecido por perder as decisões de pênalti no Morumbi posteriores (Novorizontino e Botafogo). E o gosto ao final de 2024 foi amargo com as eliminações nos mata-matas.

E o Palmeiras? Bem, as duas eliminações seguidas na Copa do Brasil foram muito mais lembradas no decorrer do ano. Ambas estão no rol das vitórias clássicas, como as Libertadores de 1994, 2005 e 2006. Como os Estaduais de 1992 e 2021. Difícil enxergar a Supercopa sobrevivendo na memória ao lado desses feitos sobre o time verde. Não culpo quem de fato a esquecer. Afinal foram tantas né... O jogo do Mineirão se tornou só mais um na história. História de freguesia constante e humilhante do antigo Palestra.

Não há são-paulino que considere a temporada bem sucedida por conta da Supercopa. Isso é fato. Mas o tamanho da taça cabe a cada um medir, óbvio. Não somos fiscais de emoção nesse portal. Longe de nossa pretensão definir o peso dela para a história. Mas é inegável que o bom presságio que ela prometia trazer virou um incômodo com o restante do ano. E, sendo bem franco, nem a própria Supercopa talvez tenha essa pretensão de ser algo histórico a quem a ganha. Faz parte. Ficou o momento. Ficou também o gosto de consolação. E talvez isso basta...

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