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Fut das Minas

·15 de janeiro de 2025

Sem calendário, Futebol feminino brasileiro vive indefinições em 2025

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Enquanto janeiro se encaminha para sua metade final, o futebol feminino segue em clima de indefinição. Isso porque o calendário da temporada de 2025 ainda não foi divulgado pela Confederação Brasileira de Futebol – CBF e não há previsão para que isso ocorra.

Os times já se apresentaram e anunciaram seus reforços, mas não sabem quando jogarão – e alguns sequer sabem em qual divisão estarão atuando.


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Mudanças no Formato

Em dezembro de 2024, a entidade enviou um ofício aos clubes para agendar uma reunião em janeiro de 2025 e então debateriam a possibilidade de mudança no formato do Brasileirão A1 e A2.

O Fut das Minas entrou em contato com a CBF e apurou que ainda não há data para este encontro, mas que a tendência é que o convite seja feito a partir desta quarta-feira (15). Isso porque, embora tenham voltado do recesso na segunda (13), estavam ocupados com a Copa do Nordeste.

A justificativa dada para a demora na definição é que o presidente Ednaldo Rodrigues não quer impor um calendário, como é feito no futebol masculino. Assim, pretende fazer um um modelo mais “democrático”, como informado na nota oficial enviada ao GE (confira na íntegra abaixo).

Nota oficial da CBF e posicionamento dos clubes

“A CBF aguardou o inicio do ano para promover uma ampla discussão sobre o calendário do futebol feminino de 2025. O encontro inédito comandado pelo presidente Ednaldo Rodrigues vai reunir os representantes de todos os clubes que disputam as 3 divisões do futebol feminino. A CBF pretende conduzir o processo de forma democrática, sem imposições e ouvindo todas as reivindicações. O crescimento do futebol feminino é uma das prioridades da atual gestão, que conseguiu trazer para o Brasil a próxima Copa do Mundo, que será disputada em 2027. Na próxima temporada, a CBF vai ampliar os seus investimentos nas três divisões, criar novas competições e também aumentar os investimentos na base para formar novos talentos. A entidade respeita a opinião de todos os representantes dos clubes, faz questão de ouvi-los e acredita que esse inédito debate vai construir avanços significativos para o futebol feminino, que a cada ano cresce mais”

Clubes se queixam de atraso no calendário

Na mesma matéria do GE, Grêmio, Cruzeiro e Palmeiras se manifestaram por meio de seus representantes e lamentaram a demora na divulgação. Além deles, o Atlético-MG também se posicionou por meio de nota oficial. Confira abaixo:

Barbara Fonseca, diretora do futebol feminino do Cruzeiro disse que: “Seria importante que a CBF manifestasse qual a dificuldade de divulgar o calendário do feminino, que é muito mais óbvio para organizar, no início de dezembro. Fechar o ano sem ter o calendário é desastroso e impacta diversas áreas dentro do Departamento. Da relação com patrocinadores a programação de treinos da pré-temporada

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Cruzeiro Reprodução

Karine Balestra, diretora adjunta do Departamento de Futebol Feminino do Grêmio, declarou: “Quanto aos playoffs, não somos a favor porque atrasa o Brasileiro e seria corrido de novo. Quanto a ter 20 equipes, nas enchentes demos sugestão de não haver rebaixamento devido a tudo que aconteceu e não fomos ouvidos. Agora querem beneficiar algumas equipes que caíram este ano e colocar 20 equipes. Influenciaria na competitividade então não somos a favor disso este ano, mas sim somos a favor de um Campeonato Brasileiro longo de turno e returno com mais jogos, e uma Copa do Brasil como estão falando.

Palmeiras, em nota: “O atraso na divulgação do calendário prejudica muito nosso planejamento, mas continuamos aguardando a CBF. O crescimento da modalidade deve respeitar os regulamentos e ser orgânico. A opinião do Palmeiras é manter o regulamento atual e colocar as propostas para o futuro no congresso técnico

Atlético-MG, disse em nota: “O Atlético sabe da importância de definições no calendário para questões de planejamento, mas também entende que é bastante positivo e um grande passo a CBF chamar os clubes e as federações para, em um diálogo transparente, discutir, entre outros pontos, o próprio calendário do futebol feminino no Brasil.

Ausência de calendário iniviabiliza transmissões

A falta de um calendário afeta não apenas a preparação das equipes, como também a captação de investimentos através de patrocínios e o fechamento de contrato para as transmissões dos torneios.

Em 2024, por exemplo, as transmissões do Brasileirão Feminino iniciaram apenas na quinta rodada da competição, em meados de abril, onde os contratos foram ampliados tanto no Canal Goat, no Youtube, como na TV Brasil.

A TV Globo, que é sempre uma das primeiras a garantir contrato com a CBF para transmitir torneios de futebol feminino, iniciou 2025 ainda sem nenhum contrato, e a ausência de calendário é um dos principais fatores que dificultam essa definição.

Sem datas e, principalmente, sem um prazo definido para que a divulgação aconteça, a CBF dificulta de forma direta a pré-temporada dos clubes e, consequentemente, de todos os ativos envolvidos em suas competições: empresas de comunicação, patrocinadores, torcedores e atletas.

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