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Zerozero

·30 de maio de 2025

Wembley, a definição de pesadelo

Imagem do artigo:Wembley, a definição de pesadelo

Dia para esquecer. Eis a melhor para definir o que se passou com Portugal em Londres, isto na medida em que o seleção lusa foi atropelada pela congénere inglesa em Wembley. O campo parecia estar inclinado e as portuguesas bem que tentaram, mas não conseguiram inverter as tendências do encontro. O resultado? Uma pesada goleada por 6-0.

Beever roeu a defesa portuguesa

As jogadoras portuguesas pareciam estar confiantes, mas isso não chegou para travar o furacão inglês. Nos primeiros suspiros da partida, Andreia Norton perdeu a bola em zona proibida e, em poucos toques, a bola já se encontrava dentro da baliza portuguesa, cortesia de Aggie Beever-Jones. Os minutos seguintes ficaram marcados pela mesma dinâmica - erros das portuguesas, poucos toques das inglesas e muitos golos. Lucy Bronze, também detentora da nacionalidade portuguesa, fez o 2-0 a favor de Inglaterra, após aparecer sozinha na área.


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Mais tarde, foi novamente a vez da número Beever-Jones surgir completamente isolada no meio da área, com assistência da autora do segundo golo. Com muita calma e todo o tempo do mundo, a camisola 9 fez o bis com um cabeceamento que ainda desviou na trave. A desinspiração portuguesa continuava e o fluxo ofensivo das britânicas não parava. Aos 29', Jess Park e Beth Mead combinaram para uma jogada digna de videojogo e aumentaram a vantagem do conjunto da casa para 4-0.

A calma parecia estar a chegar, mas Williamson fez um passe milimétrico que rompeu a defesa portuguesa. O quinto golo chegou, sendo que a ponta-de-lança Beever-Jones só teve de rematar para completar o hattrick. No corredor central, a pressão inglesa era tão eficaz que parecia haver mais jogadoras da equipa da casa em campo. Nos corredores, a história era a mesma - as laterais lusas estavam sufocadas pelas médias e defesas da casa.

A única chance de perigo portuguesa deu-se logo aos 10', por intermédio de Andreia Norton. Ana Borges cruzou para o meio da área adversária e, de cabeça, a média do Benfica enviou a bola ao poste esquerdo da baliza. A partir daí, a seleção orientada por Francisco Neto não conseguiu voltar a aparecer em zonas de perigo.

Para morrer basta estar vivo

A realidade é que a segunda metade não foi muito diferente da primeira - a Inglaterra continuou muito superior na partida. A posse de bola esteve sempre do lado da formação da casa e, por muito que tentassem, as portuguesas não tinham argumentos. Inês Pereira voltou a sofrer mais um golo, que fechou as contas da partida. Mais uma vez, apareceu uma jogadora sozinha na área portuguesa - desta vez foi Chloe Kelly, que entrou no decorrer da partida.

A tendência do jogo manteve-se até ao apito final. Ambas as equipas realizaram várias alterações, sendo que os pontos positivos de Portugal vieram do banco. Jéssica Silva entrou ao intervalo e, nos primeiros minutos, chegou a fazer a diferença. Trouxe ímpeto e profundidade ao jogo português, mas os ajustes de Sarina Wiegman quebraram o ritmo da avançada.

Outra nota bastante positiva para Portugal foi Carolina Correia. Fez a sua estreia pela seleção das Quinas e, desde o momento em que pisou o relvado, foi a melhor jogadora em campo. A atleta do Torreense que recentemente conquistou a Taça de Portugal, parecia uma autêntica veterana - cortes impressionantes e muito vocal nos últimos instantes da partida.

Não há como fugir: o resultado final tem contornos de embaraçoso, ainda para mais tendo surgido depois da também pesada derrota frente a Espanha, no caso por 7-1. O aspeto positivo é mesmo o facto de Portugal ter a hipótese de dar uma resposta já na terça-feira, no caso frente à Bélgica, num jogo disputado na Madeira.

*com David Albano

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