AVANTE MEU TRICOLOR
·4. März 2025
Calleri salva, São Paulo vence no sufoco, quebra 'zica das quartas' e agora enfrenta o rival Palmeiras na semi do Paulistão

AVANTE MEU TRICOLOR
·4. März 2025
Foi mais difícil que o esperado, mas o Tricolor está na semi (Higor Basso/Novorizontino)
RAFAEL EMILIANO@rafaelemilianoo
Depois de dois anos eliminado nas quartas de final do Campeonato Paulista tendo a vantagem do mando de campo e considerado o favorito em campo, o São Paulo chega, enfim, à semifinal do Estadual.
A classificação veio na noite desta segunda-feira (3), após a vitória por 1 a 0 sobre o Novorizontino, o algoz do ano passado, em um Morumbi com mais de 52 mil pessoas presentes.
O placar reflete o que foi o jogo: mesmo empurrado pela galera, o Tricolor do técnico Luis Zubeldía voltou a repetir erros primordiais dos últimos jogos da fase de classificação e por pouco não se complicou.
A maior parte do jogo foi de uma equipe sem intensidade, errando muito a transição de jogo e que caiu fácil na forte marcação implantada pelo Novorizontino.
Os mais críticos poderão até mesmo questionar o excesso de faltas dos visitantes, principalmente no primeiro tempo. Mas a verdade é que o São Paulo não conseguiu desempenhar da forma que era esperada.
O salvador da pátria do dia foi Calleri, que conseguiu marcar aos 17 da etapa final após lance de puro oportunismo criado por Lucas no único lance em que conseguiu se livrar da marcação em todo o jogo.
De volta à semifinal, o adversário são-paulino será o rival Palmeiras, com mando deles. A data e hora do confronto, que acontece no próximo final de semana, ainda serão definidos pela Federação Paulista de Futebol
Zubeldía cumpriu o esperado e armou o São Paulo com três zagueiros. Mas, além disso, fez alterações no eixo ofensivo. Marcos Antônio entrou no meio-campo, com Alisson jogando mais recuado cumprindo as funções do contundido Pablo Maia. E Calleri atuou isolado na frente servido pela dupla Oscar e Lucas.
Bem, parecia uma boa aposta, mas não demorou muito para se perceber que não funcionaria.
O que se viu na prática foi um Tricolor virando presa fácil do forte esquema defensivo escalado pelo Novorizontino. E uma equipe são-paulina que não conseguia ter intensidade, fazer transições rápidas de jogo ou ao menos se livrar da faltosa teia esquematizada pelos visitantes.
Primeiro, pela clara escalação optada, foi um São Paulo que procurou a bola alçada na área. Com a zaga alta e forte do Novorizontino, Cédric Soares e Enzo Díaz sequer conseguiam chegar à linha de fundo.
Pelo chão, no meio, a coisa era ainda mais complicada. Marcos Antônio era o pior em campo, sem conseguir articular ou penetrar, tampouco servir Oscar e Lucas, anulados pelos adversários.
Nesse cenário pouco convidativo, a primeira chance são-paulina veio só aos 31. Calleri recebeu de Alisson dentro da área, ajeitou e Oscar bateu de direta por cima do gol.
Alisson, aliás, era uma rara boa peça tricolor no dia. Liberado para avançar (e substituir o apagado Marcos Antônio), criou outra boa chance sete minutos depois, quando invadiu a área, recebeu cruzamento de Cédric e, de frente para o gol, fez a errada opção de tentar servir Calleri ao invés de finalizar. A zaga desviou.
Foi só na etapa inicial, muito pouco para o favorito diante de um adversário que claramente veio ao Morumbi para se defender e tentar algo no contra-ataque.
Na volta do intervalo, o cenário parecia que ia se repetir, mas desta vez apareceu a qualidade do oportunismo dos jogadores de ataque.
Aos 17, Enzo Díaz ganhou disputa de corpo com adversário e achou Oscar. O camisa 8 lançou Lucas, que arrancou, ganhou na velocidade da marcação e, em rara aparição no dia livre de marcação, rolou para Calleri, sem goleiro, completar às redes e abrir o placar.
Com a vantagem no marcador, foi a vez do São Paulo dar preferência para a defesa. E como o plano de jogo do Novorizontino era mesmo o de se defender, o que se viu a partir daí foi uma partida ainda mais insossa, com os interioranos martelando na intermediária sem conseguir criar algo concreto.
Zubeldía fez as alterações necessárias pelo cansaço e a própria pasmaceira de seu time e o São Paulo terminou a partida conseguindo uma certa reação, aparecendo mais à frente e equilibrando as ações. Mas aí pesava a deficiência ofensiva vista em todo o restante da partida, praticamente selando as coisas no Morumbi.
Não sem antes acontecer o lance mais inusitado do jogo. Aos 43, Ferreirinha, que entrara instantes antes, rabiscou no ataque e acabou derrubado por Patrick Brey. A árbitra Edina Alves Batista marcou o pênalti, mas após revisão do VAR, marcou a falta fora da área e expulsou o jogador do Novorizontino. Na cobrança, Alisson acertou o travessão.
E, já nos acréscimos, na grande chance derradeira do jogo, Ferreirinha passou por dois marcadores e chutou, mas a bola foi desviada para fora.